Amortecimento de Prédios
Da mesma forma que o ser humano se adapta às condições climáticas das regiões onde vivem, naturalmente isso aconteceria à sua engenharia.
Por exemplo, no Brasil, não sofremos com nevascas, terremotos e furações. Houve alguns casos recentes, que poderiam ser enquadrados como isolados. Obviamente todas as condições climática mundo afora estão passando por mudanças, e talvez, o Brasil sofra mais com essas irregularidades climáticas, mas isto é assunto para outra hora!
Os Estados Unidos por exemplo, em suas Normas ANSI, trazem os efeitos de ventos com neve, sobrecarga com neve, tremores, entre outros, fatores não preponderantes no Brasil. Assim como o Japão, possui suas JSCE (Japan Society of Civil Engineers), que tratam de forma corriqueira com tais assuntos.
Inovação
Uma das inovações mais interessantes, do pontos de vista de adaptabilidade às condições inerentes da região, são os edifícios com amortecedores em suas bases, situados em sua grande maioria no Japão, devido das condições naturais dessa região, que sofre constantemente com desastres naturais dessa ordem, pois se situa na junção de quatro placas tectônicas.
Inclusive, sofreu em novembro deste ano (2016), mais precisamente no dia 22, um tremor de 6,9 graus na escala Richter, com epicentro localizado à 67 km de Iwaki e 30 km de profundidade. A cidade de Fukushima foi alertada sobre possíveis tsunamis, mas no final, felizmente, nada de trágico ocorreu.
Um estudo, primeiramente desenvolvido por Thomas Paulay e Robert Park, na Nova Zelândia, onde pensavam em como conceber elementos estruturais mais resistentes à tremores. Estudo esse que começou na década de 70.
Após o terremoto de Kobe, que ocorreu em 1995, onde morreram 6.500 pessoas, os japoneses levaram esse tecnologia ao seu ápice.
Técnica
A principal preocupação se encontra na infraestrutura, onde a mesma se encontra suspensa com o intuito de absorver melhor os abalos. Nos prédios públicos, os amortecedores são eletrônicos e podem ser controlados à distância. Já em prédios comuns, eles são de molas e tem seu funcionamento similar aos dos carros.
Para evitar possíveis ressonâncias durante os terremotos, são instaladas paredes com amortecedores.
Taipei
Em prédio mais modernos como o Taipei, localizado em Taiwan, é implementado um sistema de contrapeso inercial, situado nos andares mais elevados. Trata-se de uma esfera de grande massa, o suficiente para que se movimente no sentido contrário do tremor, garantindo uma estabilidade para a edificação 40% maior.
O problema para isso é que um prédio que já passou por algum tremor, encontra-se debilitado, e para tanto, mais suscetível a maiores danos, após vários tremores.
Veredito!
Essa tecnologia nada mais é do que a prova da adaptabilidade do ser humano a quaisquer condições nas quais esteja inserido. Obviamente, existem questões um pouco maiores, como investimentos à pesquisas, e o freamento do desenvolvimento por parte de alguns poucos interessados, mas no final, o progresso irá ocorrer, inevitavelmente.
Seria muito interessante que esse progresso ocorresse antes de uma demanda acentuada por determinado item, para que não se criem gargalos em alguns setores, prejudicando imensamente a economia e o bem estar da população.
Estudos são realizados constantemente, mas ficar somente na teoria, não basta! Devemos aplicar estes estudos. Mas para isso, é condição necessária que as instituições competentes, incentivem tal aplicação desses estudos.
O Brasil, possui um corpo acadêmico notável, e muitas pessoas extremamente criativas, que se tivessem a oportunidade, fariam melhorias excelentes para a sociedade. Basta que lhes sejam dadas oportunidades.