Projeto pra quê?
É uma pergunta que ouvimos com mais frequência do que gostaríamos! “Mas, por que devo fazer um projeto?”
Trata-se de algo muito recorrente, principalmente quando se trata de pequenos investimentos, como residências simples e até mesmo em alguns edifício de pequeno porte. Mas, por que devemos realizar os projetos de uma casa, e não começar a construir logo de cara?
Trataremos de clarear os ares com relação à essa pergunta, e de quebra, algumas outras!
Começando a clarear
Antes de mais nada, vamos sucintamente, definir o que seria um projeto. Existem algumas definições em bibliográficas e muitas interpretações erradas de alguns profissionais sobre o termo especificamente. Entretanto, podemos definir o termo projeto seguindo a definição do professor de administração Antônio Cesar Amaru Maximiano, famoso por seus livros acerca do assunto, onde um projeto é “um empreendimento temporário de atividade com início, meio e fim programados, que tem por objetivo fornecer um produto singular e dentro das restrições orçamentárias”.
Notamos ai, claramente, a tríade que sustenta os projetos: tempo, custo e qualidade.
Aprendendo com os erros
Para que seja bem executado, um projeto deve ser realizado seguindo essa tríade, mas o problema maior é com relação ao custo! Quando falamos do custo, é uma batalha, uma guerra, um verdadeiro sofrimento fazer alguns clientes entenderem a verdadeira necessidade de se fazer um projeto.
Em geral, eles possuem uma mentalidade imediatista, que conseguem enxergar somente a curto prazo, se esquecem do médio prazo e sobre o longo prazo…melhor nem comentar!
É a visão do agora! “Agora, quanto em vou gastar?” Não se importam com possíveis retrabalhos, nem nada do tipo. Existe uma brincadeira no meio da construção civil, fazendo uma comparação entre os europeus e os brasileiros, onde diz que o europeu se organiza, projeta e planeja durante 1 ano e executa em 1 mês e o brasileiro se organiza, projeta e planeja durante 1 mês e executa em 1 ano.
Visão holística!
Você até pode pensar que “Ué, mas levaram o mesmo tempo, então ‘tá’ bom!!” Mas é exatamente ai que eu queria chegar! Se você pensa assim, então provavelmente você precisa mudar um pouco a maneira de pensar! Falo isso com a melhor das intenções, mas você tem que mudar!
Não se pode pensar somente no tempo final, ou pensar em um insumo de maneira separada, desconsiderando o global. É muito importante que se tenha uma visão holística de toda a situação, e nesse caso, é sabido que as etapas de planejamento e projeto são muito mais baratas que a parte de execução, e na brincadeirinha acima, o brasileiro, para fazer a mesma coisa que o europeu, gastou muito mais, mas muito mesmo!
Velha história
A mesma situação, ocorre quando se é sugerido a mudança de um sistema estrutural, por exemplo, a mudança de um sistema de concreto armado por um de estrutura metálica. É óbvio que o insumo aço é bem mais caro que o concreto armado, e se você olhar somente o preço comparativo entre por exemplo, um pilar de aço e um pilar de estrutura metálica, você verá que o mesmo é realmente bem mais caro.
Mas o que você não pode deixar de fora dessa conta? O resto!! Todo o resto! Porque um projeto é vivo e tem diversas variáveis a serem consideradas. Nesse caso, se você deixar de fora o tempo de execução, a gestão mais facilitada do canteiro de obras, você provavelmente irá optar pelo concreto armado. Não falo aqui que o aço é o melhor em todas as situações que o concreto armado, até mesmo porquê não é! Mas sim, que você não pode e não deve deixar de fora todos os fatores que complementar uma obra.
Projete!
Em suma, quando realizamos um projeto bem feito, e estipulamos prazos e metas, realizarmos tudo dentro de um cronograma exequível, obtemos uma economia final certamente querida, além de nos esquivarmos de certos problemas inerentes à execução de obras.
Devemos olhar para a obra como um todo, mas de modo geral, o cliente não sabe disso, e cabe a nós profissionais, sanarmos todas essas questões antes de efetivamente botarmos a mão na massa. Pois o Brasil é uma país, onde culturalmente é preferível começar a obra pela etapa de execução, onde os retrabalhos são parte do show.